Desculpe-nos
Perdoe nossos prés
Por não sermos tão puros
Afim de não reconhecermos o que era por inevitável... reconhecível
Onde erramos nosso poeta de alvas, claras?!
Onde... pecamos de cegueira?!
Onde fomos muitos nós e pouco verdade?!
Tínhamos a ti tão nosso
Tão verdadeiramente simbolista
Tão legitimamente
Da nossa...
Nossa terra
Da nossa...
Nossa gente
Tão meu...
Meu poeta
Tão meu...
Socorro urgente
Cruz!
Crucificamos a ti
Sim
Estou nisso
Meu passado
Nosso passado
Meus antepassados
Nossos... ...
Onde deixamos de nos orgulhar?!
Onde te perdemos?!
Por qual porta partiste
E nos deixaste
Amam-te hoje
Reconhecem-te
Desejam a ti
Desejam tua pele negra
Sua obra tem valor
Tem sustento
Tem preço
Mas agora!!!
O negro da tua pele fere-nos
Mancha a nossa integridade mentirosa
Souza! Em vida fomos muito nós
Em morte procuramos redenção
Tua capacidade foi para nós vaidade
A qual não pudemos abandoná-la
Tínhamos que ser ignorantes
Que valorizar o não nosso
E tu que és tão... nosso
Nosso...
Meu ...
Seu, daqui...
Seu, daqui...
Meu...
Nosso...
Negro da pele ardida
Negro da pele ardida
De cabelos grenhos
De olhos negros
Lábios grandes
Negro
Tu estás em mim
Tuas palavras me ajudam
Aliviam – me
Palavras doces
Puras
Limpas
Manchadas por nós
Sujas pela nossa incompreensão
Meus tios na tua pele
Meus avós na tua carne
E em minha nação o pecado
A mentira
A Hipocrisia
Ignorância
Meu poeta negro
Poeta
Não importa negro
Sim poeta
Com dom
Tu és um diamante
Impedimos tua transformação
Tua lapidação
Diamante negro
Precioso
Bonito
E raro
Abramos nossos olhos
Rejeitemos menos
Sejamos menos nós
Assim espero
Pois têm muitos Cruz
E muitos Souza
Basta para nós não calá-los
Assim desejemos.
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