Quem és tu ser informe?
O qual eu dou a forma do meu querer
Seu formato modelado
Destruído pelo meu
desejo
E transformado e preenchido
com as minhas vontades
Que medo é esse de
saber a verdade
A verdade de não
teres a forma que eu construo dia a dia
Essa forma que te espera para ser desfeita e refeita
Uma vez já pronta e desmontada
Agora espera por ser destruída
E novamente refeita
Estranho ser que tem um molde
Que molde é esse?!!!
Estranho ser
Ser informe
Desforme
Sem forma
Ser com forma
Forma
Sem forma
Eu transformo
Tu te destruirás
Tu te moldarás
E me decepcionará
Assim eu espero
Que de tanto te querer
De tanto te moldar
De tanto te desejar
Espero me decepcionar
Pois só assim poderei decepcioná-lo também
Quero destruir essa
forma
E ver-te como és realmente
Para que possas me ver
Não com os olhos dos
que me veem
Vendo eles até onde
eu permito
Espero que me tires
do sério
Que me vejas como sou realmente
Imperfeita com desejos
Perfeita com falhas
Ser
Estranho ser
Ser que já não é mais informe
A ti dedico versos
Que correspondem
Ao ser de forma que construí
Nessa moldura
Você consegue me
sentir
Como num sono
leve
Onde o sonho e o real por segundos se misturam
Onde são confundidos
Assim como rapidamente são restabelecidos os sentidos
O sonho se torna...sonho
E o real...real
E o real...real
Pegue-me
Que te pego
Deseje-me
Pois já te desejo
Não me queiras
E não te quererei
Não me olhes
E eu te deixarei...
...
Do só para o só nada mudará
Do foi para o não foi
Toda diferença terá
Depois do mel tudo é amargo
Mas sem mel não existia nada tão saboroso
Também não existia o mel
E o sem sabor
Saboroso estava
Então o conforma a forma que dei
E o sem sabor que saboroso estava
Um dia quem sabe
Se nesses versos você
se encontrar
E me encontrar também
Talvez com a des-formação, quem sabe?!!
Quem sabe mel
Talvez limão
E porque não o des-formado
Só seja o propósito destes versos
Uma vez para o desforme
Que foi transformado
Com o fundamento de criá-los
Se por acaso o acaso nós traiu
E és tu a forma de outro
Preserve os versos
Para quem te dá forma
de completar
Ainda que de forma desforme
Se completem
Ficou triste
Ficaram tristes esses versos
Pois findou em separação e não em união
Talvez não
para quem é transformado e para quem escreve... união
Mas para ambos união com outros
Um para o qual esses foram direcionados e não foram escritos
versos
Outro para quem escreve
Ambos não estão tristes
Porém os versos estão
Tão tristes... ... ...
Apesar de o fim ser feliz
Os versos não contam um final feliz
Não ao menos para os dois juntos
Porém talvez separados
Espere ai!!!
Para quem os versos foram direcionados não o leu
E se leu será que sabe que são para ele os versos?!!!
Se há serenidade no
horizonte
Onde surgem os primeiros raios de claridade
Mas ainda não surgiu a fonte de luz
Onde esses versos começam
Tu te encontras e antes de ver o formador destas palavras
Já o sente como num pré-sentir de querer
Assim como quem escreve o pré- sente
Mas para quem lê e não pertencem os versos
(portanto não são para tu esses)
Não sinta tristeza
Pegue emprestados os rabiscos
Chame-os de versos
Chame aquele ser estranho informe de sua vida
De ser informe
Leve- os para debaixo do travesseiro
E durma um sono não muito pesado nem muito leve...
E Saboreie do doce dos doces ...
Simplesmente fantástico!
ResponderExcluir